Daniela Minello

Desenho palavras. Palavras desenho

Desenho palavras que voam.

Escrevo desenhos que dançam.

Leio rabiscos criantes, de possíveis imaginantes, que voam alto, voam rasante.

Seres contemplantes, sobre possíveis inimaginantes da vida.

Olhares atentos; ouvidos capturantes; bocas inquietantes de seres expressantes.

Psiu... silêncio! Fica quietinha! Presta atenção! Ei? Corpos parados, acabam com os aprendizados!!!

Perambulo pelo espaço, com dois lápis a rabiscar. Ora apontados, descalços; por vezes  desapontados calçados.

Sento inquieta, pulso ritmos contraídos, vago pelo mundo, dos possíveis atrevidos.

A rima toma conta, dos sons entre imagens prontas.

Mas o que te afronta?

Te deixa tonta?

Me conta!

Preciso expressar, muito mais que formatar.

É hora de tentar. Preciso levantar, movimentar.

Palavras precisam brincar, para que as possam enxergar.

Olhos precisam falar, para assim interpretar.

Desenhos precisam ser ditos, para compreendermos o que está escrito.

Números serão cantados, para poderem  também contar.

O que tem uma mesa, um papel, um lápis e uma cadeira; que não possa o corpo, pelo espaço com suas maneiras,  expressar a mente inteira?

Chacoalha esse corpo, barulha ele.

Aponta teus lápis.

Desenha possíveis no espaço.

Descalça teus pés.

Coloca-te em pé.

Engata a primeira, segunda, terceira, quarta, a quinta e a ré.

Tenha fé.

Aprendizes e ensinantes.

Com todos os sentidos em tons brilhantes.

Vistam-se de amor, para que sintam o sabor, de compreender com valor,  o que reconhecido for.

Saberes incessantes, num corpo impresso, só serão  contagiantes se neles houver o acesso.

Chaves serão viradas, outras despertadas, mas todos conseguirão descobrir o gatilho que abrirá o portal da imaginação.

Palavras desenhadas. 

Desenhos escritos.

É sobre permitir possíveis até o infinito, em que saberes serão ativos, se os sabores lhes forem trazidos.

Narrativas permitidas no espaço de um corpo, para além do papel e do lapis, de algo que já vem pronto.

Ei! Você é conhecimento!!!

Que bom pensar/sentir/agir palavras, que um dia ouvidas, cantaroladas ou imaginadas, fizeram-se desenhos e, dançaram pelo espaço de uma possível compreensão, de saberes em forma de canção.



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